A Anatomia da Ansiedade

Luiz Ricardo Oliveira

12/25/20242 min read

Entender o que acontece com o nosso corpo durante uma crise de ansiedade é um passo importante para racionalizar e lidar com ela de maneira mais eficiente. A ansiedade é uma resposta automática do corpo que tem raízes na nossa sobrevivência. Para ilustrar, imagine uma zebra se alimentando tranquilamente na savana. De repente, ela se depara com um leão. A amígdala, uma região do cérebro responsável por detectar ameaças, reconhece o leão como perigo iminente. Isso aciona a resposta de luta ou fuga: uma descarga de adrenalina é liberada, acelerando a respiração e o coração, dilatando vasos sanguíneos para oxigenar os músculos e preparando o corpo para a fuga. A visão se estreita, concentrando-se no predador, e outras funções, como a digestão e a excitação, são temporariamente desativadas. O objetivo é maximizar a chance de sobrevivência.

Nós, seres humanos, também enfrentamos ameaças, mas muitas vezes essas ameaças são de natureza psicológica: uma apresentação importante, dificuldades financeiras ou a saúde de um ente querido. Embora não possamos fugir de muitas dessas situações, o corpo reage da mesma maneira que a zebra diante do leão. Essa resposta é natural, mas, quando a ansiedade se torna excessiva, ela pode se tornar um transtorno, afetando nossa capacidade de realizar atividades cotidianas.

Ansiedade e o Cérebro

Em pessoas com transtornos de ansiedade, a amígdala do cérebro tende a ser "hipersensível", associando até situações cotidianas como ameaças à sobrevivência. Nosso cérebro é uma máquina de associações, o que significa que experiências traumáticas, como se afogar quando criança, podem criar reações automáticas de fuga ou pânico diante de situações semelhantes, mesmo que o perigo não seja real. Essas associações de estímulo e resposta podem ser desfeitas com o auxílio da psicoterapia, ajudando a pessoa a perceber que é mais capaz de lidar com essas situações do que imagina.

O objetivo não é eliminar a ansiedade (pois ela faz parte da nossa biologia), mas aprender a lidar com ela de maneira mais racional e saudável, reduzindo o desgaste mental.

Lembre-se: a paciência consigo mesmo é fundamental nesse processo. Com o tempo, é possível aprender a gerenciar melhor a ansiedade e viver com mais equilíbrio.

Fique atento às próximas publicações, onde falarei mais sobre como lidar com a ansiedade!

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